Como enfrentar um dos maiores desafios organizacionais: conflito de gerações.

A inquietude da juventude e as crises adultas acompanham o ser humano desde que o mundo é mundo. Então, por que hoje é tão distante de tudo o que já aconteceu?

Mudança. Uma palavra tão simples que pode desencadear uma enxurrada de sentimentos misturados e muitas vezes opostos. Não é fácil mudar, exige vontade para despender energia extra para sair da inércia. Alguns fazem com mais facilidade, outros não.

Há poucos anos atrás, no mundo corporativo, o normal era entrar numa empresa, se desenvolver lá dentro e de preferência se aposentar lá. Mas só por que esse era o padrão, será que as pessoas não tinham curiosidade de trabalhar em outra empresa? Talvez sim. Será que elas não tinham vontade de pedir demissão e abrir um negócio próprio? Talvez sim. Será que elas não gostariam de trocar de cidade/estado/país e trabalhar em outro ramo? Talvez sim.

A inquietude da juventude e as crises adultas acompanham o ser humano desde que o mundo é mundo. Então, por que hoje é tão distante de tudo o que já aconteceu? Hoje a realidade é tão diferente porque os recursos são completamente diferentes.

Antigamente alguém em crise buscava ajuda em livros, profissionais, pessoas que moravam próximo e ia até onde seus pés/bolso podiam levá-lo. As informações eram limitadas e com isso as opções também. Hoje uma pessoa em crise, literalmente tem o mundo na palma da mão com opções infinitas para resolver seus problemas.

O cenário mudou, os recursos mudaram e claro que as pessoas que nasceram nesse novo universo agem diferente, mas isso não quer dizer que a inquietude dessa geração é diferente das anteriores.

Com recursos novos, surgem problemas novos que justamente por serem novos, ninguém sabe como resolver. A geração de hoje vive afogada em informações e estímulos. O que antes era um problema por que era escasso, hoje é um problema por que é em excesso.

Todas as pessoas são parecidas em seu interior. Sim, t-o-d-a-s! Por acaso, alguém acorda e deseja do fundo do coração ser muito muito infeliz hoje? Acho que não, né? O que muda são os recursos e as estratégias usadas para alcançar a felicidade. Olhando por essa ótica, o abismo entre as gerações pode ser diminuído e os conflitos anemizados.

Ainda assim, não é uma tarefa fácil, exige desenvolver e exercer empatia. É necessário construir o caminho do meio entre os interlocutores. Cada geração tem suas dificuldades e suas facilidades e é justamente na mistura entre elas que estão as soluções. Deixe a inteligência coletiva emergir e com isso o aprendizado de gerações.