O que é Facilitação?

Não existe uma verdade absoluta e nem uma definição exata sobre este conceito. Existem visões, percepções e muitos aspectos em comum entre elas.

Facilitar um processo participativo é acima de tudo apoiar e ajudar um grupo de pessoas que tem algum objetivo. Este objetivo pode ser tomar uma decisão pragmática; explorar mais a fundo temas relevantes; criar e redesenhar processos; construir e aprofundar vínculos entre os participantes; criar engajamento e sentimento de pertencimento, entre outros.

A facilitação incentiva a participação e colaboração dos participantes, cria espaços de diálogo para que a inteligência coletiva possa emergir. As respostas para problemas complexos de um grupo estão no próprio grupo, o facilitador dá palco para que elas apareçam de forma orgânica e horizontal.

Para exercer este papel, o facilitador pode fazer uso de 2 energias: a Arte e a Ciência da Facilitação.

Ciência da Facilitação engloba:

  • Ter um objetivo claro para o encontro;
  • Fazer o planejamento do encontro (Quem? Como? Quando? Onde?);
  • Fazer um bom convite para os participantes, deixando claro o objetivo e as informações do planejamento;
  • Construir a agenda do encontro com um fluxo equilibrado entre atividades racionais, emocionais e práticas (conforme cada caso);
  • Criar espaços de aprendizagem através do caminho da instrução e da descoberta (conforme cada caso);
  • Conhecer e compreender metodologias de conversa e práticas colaborativas;
  • Não colocar muitos estímulos simultâneos e dar tempo adequado para que conversas significativas possam ocorrer;
  • Utilizar materiais adequados a cada atividade;
  • Investigar e perceber adequadamente o grupo e cada indivíduo, fazendo diagnóstico prévio (entrevistas), se necessário;
  • Atuar de forma sistêmica, compreendendo que qualquer intervenção num sistema causa mudanças nele por completo, e não apenas na parte onde se interferiu;

Já a Arte da Facilitação tem a ver com tudo que é sutil, não racional, intuitivo. É necessário:

  • Inspirar sensação de confiança para criar junto com o grupo um ambiente de diálogo, isto é, um espaço seguro de fala e escuta, que seja acolhedor;
  • Fazer boas perguntas abertas, que estimulem a diversidade de possibilidades e comprometimento com as respostas. (Principal ferramenta do facilitador);
  • Ser corresponsável pelo campo de energia e intenções que se cria (e pedir a ajuda de todos para que esse campo seja fértil e seguro);
  • Cuidar do seu estado de presença (não estar apenas de corpo presente);
  • Adiar julgamentos;
  • Ter escuta ativa;
  • Estar atento ao ritmo do grupo;
  • Perceber sutilezas, necessidades implícitas, pedidos não verbalizados;
  • Improvisar, ter senso de humor;
  • Se permitir errar;
  • Servir aos objetivos do grupo. O facilitador como ferramenta. “Como posso ajudá-los neste momento?”
  • Ter empatia;

Em um estado de equilíbrio dinâmico, o facilitador integra e atua a partir das duas energias. Não devemos usar uma OU a outra, e sim uma E a outra.

O bom facilitador é aquele que: abre mão do controle; desapega das suas próprias certezas; confia no processo; deixa espaço para o grupo ir para onde quer/consegue ir; trabalha com o grupo e a partir dos elementos trazidos por ele; é o juiz do jogo e não o técnico ou o capitão do time; é receptivo a diversos tipos de pessoas; está sempre aberto a ideias e pontos de vistas diferentes; é espelho e catalisador que está a serviço do grupo; se necessário, traz conceitos que ampliem a consciência do grupo; tem clareza que cada grupo é um organismo único e irá sempre aprender e se desenvolver com cada um.

Pergunta para reflexão: O que preciso desenvolver para me aperfeiçoar na facilitação?